Com a Cidade do Samba lotada, o Paraíso do Tuiuti apresentou, na madrugada deste sábado (10), o samba-enredo oficial do Carnaval 2025. A obra é assinada pelos compositores Cláudio Russo e Gustavo Clarão. A agremiação vai levar para a Sapucaí o enredo sobre Xica Manicongo, considerada a primeira travesti não-indígena do Brasil, de autoria do carnavalesco Jack Vasconcelos.
A festa teve como presença a deputada federal Érika Hilton (PSOL-SP), que é hoje uma das principais vozes do movimento trans do país. Bastante animada, ela sambou no palco ao lado da rainha de bateria da SuperSom, Mayara Lima, e fez um discurso potente para o público.
“Uma sociedade democrática precisa respeitar, ter amor, ter empatia pelos corpos trans, travesti. A Tuiuti tem essa responsabilidade, essa ousadia de levar a memória, a história de Xica Manicongo. A história de todas nós, que temos nossa vida violentada pelo ódio, pelo preconceito. A ancestralidade de Xica vive no samba do povo preto”, disse Erika.
Outras lideranças trans marcaram presença na festa: Bruna Benevides, atual presidente da ANTRA (Associação Nacional de Travestis e Transexuais); e Jovanna Baby, presidente da FONATRANS (Fórum Nacional de Travestis e Transexuais Negras e Negros).
No ano que vem, o Paraíso do Tuiuti desfila será a segunda escola a desfilar na terça-feira de Carnaval.
Título de patrimônio imaterial do Rio de Janeiro
O presidente do Tuiuti, Renato Marins Ribeiro, o Thor, recebeu a Medalha Pedro Ernesto, uma homenagem que o município do Rio de Janeiro presta às “pessoas e instituições que mais se destacam na sociedade brasileira ou internacional”. A honraria foi entregue pelo vereador Alexandre Beça (PSD).
O coordenador da ala de passistas Alex Coutinho, o diretor artístico Jorge Amarelloh e a rainha de bateria Mayara Lima também foram agraciados com moções.
Já o Paraíso do Tuiuti ainda foi agraciado com o título de patrimônio imaterial do Rio de Janeiro.
